+989359645094
Compartilhar nas redes
Exegese Al-Mizan – Capítulo Al-Bácara (2), Versículos 8-20

ومن الناس من يقول آمنا بالله وباليوم الآخر وما هم بمؤمنين ـ ٨. يخادعون الله والذين آمنوا وما يخدعون إلا أنفسهم وما يشعرون ـ ٩. في قلوبهم مرض فزادهم الله مرضا ولهم عذاب أليم بما كانوا يكذبون ـ ١٠. وإذا قيل لهم لا تفسدوا في الارض قالوا انما نحن مصلحون ـ ١١. ألا انهم هم المفسدون ولكن لا يشعرون ـ ١٢. وإذا قيل لهم آمنوا كما آمن الناس قالوا أنؤمن كما آمن السفهاء ألا إنهم هم السفهاء لكن لا يعلمون ـ ١٣. وإذا لقوا الذين آمنوا قالوا آمنا وإذا خلوا إلى شياطينهم قالوا إنا معكم إنما نحن مستهزون ـ ١٤. الله يستهزئ بهم ويمدهم في طغيانهم يعمهون ـ ١٥. أؤلئكا لذين اشتروا الضلالة بالهدى فما ربحت تجارتهم وما كانوا مهتدين ـ ١٦. مثلهم كمثل الذي استوقد نارا فلما اضائت ما حوله ذهب الله بنورهم وتركهم في ظلمات لا يبصرون ـ ١٧. صم بكم عمي فهم لا يرجعون ـ ١٨. أو كصيب من السماء فيه ظلمات ورعد وبرق يجعلون أصابعهم في آذانهم من الصواعق حذر الموت والله محيط بالكافرين ـ ١٩. يكاد البرق يخطف أبصارهم كلما أضاء لهم مشوا فيه وإذا أظلم عليهم قاموا ولو شاء الله لذهب بسمعهم وأبصارهم إن الله على كل شئ قدير ـ ٢٠.

8. Entre os humanos há os que dizem: Cremos em Allah e no Dia do Juízo Final. Contudo, não são crentes. 9. Pretendem enganar a Allah e aos crentes, quando só enganam a si mesmos, sem se aperceberem disso. 10. Em seus corações há enfermidade, e Allah os aumentou em enfermidade, e sofrerão um castigo doloroso por suas mentiras. 11. Se lhes é dito: Não causeis corrupção na terra, afirmam: Ao contrário, somos pacificadores. 12. Certamente, eles são os corruptores, mas não o sentem. 13. Se lhes é dito: Crede, como crêem os demais humanos, dizem: Temos de crer como crêem os tolos? Em verdade, eles são os tolos, porém não o sabem. 14. E quando se deparam com os crentes, asseveram: Cremos. Porém, quando a sós com os seus sedutores, dizem: Nós estamos convosco; apenas zombamos deles. 15. Mas Allah zombará deles, e os abandonará, vacilantes, em suas transgressões. 16. São os que trocaram a orientação pelo extravio; mas tal troca não lhes trouxe proveito, nem foram iluminados. 17. Parecem-se com aquele que fez arder um fogo; mas, quando este iluminou tudo que o rodeava, Allah extinguiu-lhes a luz, deixando-os sem ver, nas trevas. 18. São surdos, mudos, cegos e não se retraem (do erro). 19. Ou como (aqueles que, surpreendidos por) nuvens do céu, carregadas de chuva, causando trevas, trovões e relâmpagos, tapam os seus ouvidos com os dedos, devido aos raios, por temor à morte; mas Allah está inteirado dos incrédulos. 20. Pouco falta para que o relâmpago lhes ofusque a vista. Todas as vezes que brilha, andam à mercê do fulgor dele e, quando some, nas trevas se detêm e, se Allah quisesse, privá-los-ia da audição e da visão, porque é Onipotente.

Interpretação

A palavra do Altíssimo: "E dentre os homens há os que dizem..." (até o fim desse conjunto dos versículos):

A expressão “engano” mencionada nesse contexto é uma forma de ardil, de dissimulação intencional.

O termo “Shayṭān” (Satanás) refere-se ao maligno, razão pela qual Iblis [lúcifer] recebeu esse título.

Nestes versículos, apresenta-se a descrição da condição dos hipócritas. A exposição mais detalhada sobre eles será abordada, com a permissão de Deus, no capítulo Al-Munafequn (os Hipócritas) e em outras passagens.

Quanto ao trecho: "O exemplo deles é como o daquele que acendeu um fogo...", trata-se de uma parábola que ilustra a situação dos hipócritas. Eles são como alguém perdido numa escuridão densa, onde não se distingue o bem do mal, nem o útil do nocivo. Em sua tentativa de dissipar essa obscuridade, busca algum meio de iluminação — como acender um fogo — e, com isso, passa a enxergar o que está ao redor. No entanto, quando a chama ilumina o ambiente, Deus a apaga por meio de algum fator, como o vento ou a chuva, e o indivíduo retorna à escuridão anterior [agora agravada]. Ele se vê envolto em duas camadas de trevas: a escuridão original e a da perplexidade, causada pela perda do recurso que lhe conferia luz.

Essa é precisamente a condição de um hipócrita. Ele manifesta a fé externamente e, por isso, usufrui de certos benefícios associados à religião, como o direito à herança dos fiéis, o casamento com mulheres muçulmanas e outros privilégios. Contudo, quando se aproxima a hora da morte — o momento em que se deveria colher plenamente os frutos da fé — Deus retira-lhe a luz, anula suas obras e o abandona na escuridão, incapaz de perceber qualquer coisa. Ele se vê, então, entre as trevas originais da incredulidade e aquelas geradas por seus próprios atos e dissimulações.

No versículo seguinte: "Ou como uma tempestade vinda do céu...", trata-se de uma segunda parábola, igualmente ilustrativa da condição dos hipócritas em sua simulação da fé. Eles são comparáveis àquele que se encontra em meio a uma tempestade intensa — o "ṣayyib" refere-se à chuva torrencial — acompanhada de trevas, trovões e relâmpagos. O trovão é o som produzido pelas nuvens ao relampejarem, e o raio é o clarão que desce delas.

Essa imagem expressa a angústia dos hipócritas: estão envolvidos por uma chuva que os obriga a fugir, mas as trevas lhes impedem a visão e a direção. Ao redor, encontram-se ameaçados por sons aterradores (como o trovão) e pela possibilidade de fulminação (a queda do raio). Nessas condições, veem-se obrigados a aproveitar a luz momentânea do relâmpago, mas por ser breve e intermitente, cada clarão apenas permite alguns passos antes que a escuridão retorne e os faça parar.

Assim, um hipócrita não ama a fé, mas não vê alternativa senão manifestá-la. Contudo, por não haver concordância entre seu coração e sua língua, não consegue trilhar o caminho da orientação com clareza. Vive, portanto, em constante tropeço e confusão, ora avançando, ora parando, até que Deus o exponha. E se Ele quisesse, poderia, desde o primeiro dia, privá-lo do sentido da audição e da visão, desmascarando sua falsidade de imediato.

Compartilhar nas redes

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

12 − 8 =
Powered by MathCaptcha

Compartilhar nas redes