A Purificação
Deus Supremo revelou no Alcorão Sagrado:
“…Deus não deseja impor-vos carga alguma; porém, se quer purificar-vos
e agraciar-vos, é para que Lhe agradeçais”. (C. 5 – V. 6)
E revelou mais:
“…Ele (Deus) estima os que arrependem e cuidam da purificação”.
(C. 2 – V. 222)
Conta-se que o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) disse certa vez:
“A impureza é a infelicidade do servo”.
O Islam legalizou a purificação e a higiene, e induziu a ambos, para
combater as doenças e as pestilências a fim de conservar a saúde perfeita
em todos os campos da vida humana, e do asseio pessoal, desde que se
concretize a purificação, principalmente rumo às práticas religiosas, tais
como o jejum, o percurso ao redor da Ca‘aba e ao tocar o Alcorão Sagrado.
O Islam obriga os Muçulmanos à purificação e à higiene contra toda a
sujeira, como a urina, o sangue, os cadáveres, os excrementos, etc, em to
das as ocasiões e para as orações e preservação da saúde e sua condição
salutar, bem como, os cuidados com a beleza da vida e fineza do gosto.
O asseio e a higiene são uma das aparências da civilização Islâmica, a qual
mostra a elevação e integridade do Islam, que se importa com o homem em si.
O Islam pretende também atingir a purificação da alma, da consciência
e da existência, já que ele exige a higiene do corpo e sua condição salutar,
e tudo o que o rodeia, e com tudo isso, demonstra a intensidade da fé atra
vés da purificação, da higiene, da boa aparência, tanto pessoal quanto no
lar, na sociedade e no campo de trabalho.
A purificação se compreende no seguinte:
- Lavagem das impurezas do nariz, interna e externamente21, da
menstruação, da parturiente e similares, do toque no cadáver22, e
este asseio é obrigatório para o ritual da oração, do jejum, da
entrada numa Mesquita, no toque das escritas do Alcorão Sagra
do (em árabe) e pronunciamento do nome de Deus ou de Seus
atributos, do percurso ao redor da Ca‘aba de acordo com
especificações detalhadas nos livros de Jurisprudência e das Leis. - A lavagem voluntária, tal como o banho de sexta-feira, das noi
tes do El-Íd23, das noites impares do mês de Ramadan, da déci
ma quinta noite do mês de Chaban e etc… - Deveres da ablução para a oração, para o percurso ao redor da
Ca‘aba, para tocar o Alcorão Sagrado nas mãos e recitar seus
Versículos, enfim, a existência pela purificação. - Se existir justificativa por falta de água, para a lavagem ou ablução
a fim de praticar as orações, então esta justificativa é aceita, des
de que se faça Atayâmom. - É obrigatório se imunizar de toda e qualquer impureza, tanto do
corpo quanto da vestimenta, tal como dos cadáveres, do sangue,
da urina, das fezes, da bebida alcoólica e etc, lavando-se com
água para a prática dos cultos que prescindem da purificação. - O empenho no asseio do corpo, da roupa em geral, da casa e de
tudo que nos pertence e rodeia, é diligente. - O Islam, inclusive, induz para o afastamento das doenças conta
giosas e dos contaminados com elas.
Tudo isso para proteger a saúde do homem e preservar-lhe uma apa
rência boa e saudável.
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Mesmo em caso de escorrimento involuntário, seja durante o sono ou não.
Deve-se lavar se tocar o morto antes que seu cadáver esfrie e antes que o
mesmo seja lavado.
As noites do “Eid Fitr” que é o desjejum ao findar o jejum de Ramadan e
“Eid Adha” que é o sacrifício, quando Abraão (A.S.) pretendeu sacrificar a
Deus, Ismael, seu único filho. Vide também na Bíblia, o livro de Gênesis
Cap. 22, Vers. 2. Nesse caso, Isaac não tinha nascido.
As Orações Diárias Obrigatórias
Conta-se que o Mensageiro de Deus Mohammad (S.A.A.S.) disse:
“O Islam se construiu sobre cinco pilares: O testemunho de que não
há divindade além de Deus e que Mohammad é o Mensageiro de
Deus, a oração, a prática da caridade, o jejum do mês de Ramadan e
a peregrinação à Casa (Ca`aba) quando se é possível”.
E depois de tomarmos conhecimento de que os alicerces e regras sobre
os quais se construiu o Islam são a fé em Deus, em Seus anjos, em Seus
Livros (a Torah, o Evangelho e o Alcorão), em Seus mensageiros e no Dia
do Juízo Final, e que Ele é o Criador, o Beneficente e o Agraciante de Seus
devotos, é justo então, e de direito absoluto de Deus, que o homem Lhe seja
grato e renda-Lhe homenagem, elogiando-O e adorando-O, e se sujeite so
mente a Ele, pois a devoção é a expressão real do relacionamento entre
Deus e a criatura humana, isto porque, o ser humano é frágil diante de seu
Criador e Lhe é um servo neste mundo e no mundo da Eternidade:
“…Somos de Deus e a Ele retornaremos.” (C. 2 – V. 156)
E através da prática das orações, o homem expressa a sua escolha nesta
devoção e relação entre ele e seu Criador, e o ser humano é parte do Universo,
submisso ao seu Criador, seja pela entrega, seja pela formação, porque ele está
acorrentado numa ligação forçosa, pois ele não pode sobreviver, nem coexistir
e nem cumprir com o seu dia-a-dia sem os ditames da natureza. Contudo, den
tre todas as criaturas, Deus favoreceu o homem com o raciocínio, a vontade
própria e a opção, e Deus Glorificado criou o ser humano e legou-lhe uma
estrutura e um método claro (a religião) para que possa organizar a sua vida e o
seu comportamento individual e social, inclusive a instituição de seu relaciona
mento com seu Criador, tal como o faz o engenheiro quando elabora um esque
ma especial e orientações próprias para o bom andamento do trabalho e do
48
Da orientação do Islam XI - O que é o Islam
49
projeto, para não caírem por terra seus planos, estudos e pesquisas. E assim é
com o Criador do homem e da vida em si, Ele é Sapientíssimo sobre o que mais
convém ao ser humano a fim de realizar-lhe o que é de bom e útil:
“Como não haveria de conhecê-las o Criador,
sendo Ele o Onisciente, o Sutilíssimo?” (C. 67 – V. 14)
Por isso, foram constituídos os orações e rituais, as Leis e as instituições
divinas. E apresentaremos uma idéia sobre os cultos Islâmicos, conforme segue:
A Oração (Assalat)
A oração é um dos mais importantes pilares do Islam, cujo em grandi
oso prestígio Deus determinou a oração para todo Balegh, cinco vezes ao
dia, com 17 (dezessete) genuflexões, que são para:
A oração da manhã (Salat Assobh): duas genuflexões
A oração do meio-dia (Salat Adhohr): quatro genuflexões
A oração da tarde (Salat Al-Açr) : quatro genuflexões
A oração do crepúsculo (Salat Al-Maghreb): três genuflexões
A oração do anoitecer (Salat Al-Ichá): quatro genuflexões
Assim como foram constituídas as orações voluntárias, como a oração
noturna, a vigília da madrugada, orações diárias e especialmente no mês
sagrado de Ramadan e similares.
E outras orações devidas, que são: a oração de sexta-feira, a oração das
duas festas, a oração aos mortos, a oração do percurso ao redor da Ca‘aba
durante a peregrinação24.
A oração expressa os pilares da religião e a forma mais destacada da fé
e da devoção a Deus Glorificado.
Deus Supremo revelou no Alcorão Sagrado:
24
Para mais informações, consultar o livro “A Oração no Islam” de autoria
do Sheikh Taleb Hussein al-Khazraji.
Fundação Al-Balagh
“Ao contrário, quem desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro,
profanando os Seus preceitos, Ele o introduzirá no fogo infernal,
onde permanecerá eternamente, e sofrerá um castigo ignominioso”.
(C. 4 – V. 14)
Disse também:
“É certo que prosperarão os fiéis, que são humildes em suas orações”.
(C. 23 - V. 1 e 2)
A oração inclusive, por ser uma prática de consagração, faz com que o
homem se ligue ao seu Criador, o que aliás, tem seu fator psicológico,
educativo e progressivo, só pelo fato de se dirigir à Deus Glorificado atra
vés do permanente arrependimento e súplicas para o bem próprio e dos
fiéis, sempre com muita fé e com o corpo e a vestimenta limpos e purifica
dos. E, no que tange reuniões e presenças nas Mesquitas, onde acontece
maior aproximação entre os grupos e formação de relacionamentos sociais,
exalta-se o amor e a paz entre os devotos. A essência da oração se baseia
pela submissão a Deus somente, através das genuflexões, adorações e liga
ção permanente com Sua Magnificência e com o Dia de Prestação de Con
tas. Com isso, motiva a alma com a humildade e a igualdade, purificando
a das seduções, do orgulho e da inimizade. O Alcorão Sagrado esclarece o
ideal das preces e orações coletivas e sociais, assegurando o seguinte:
“…a oração preserva (o homem) da obscenidade e do ilícito…”
(C. 29 – V. 45)
Com isso, o nobre Mensageiro (S.A.A.S.) igualou a oração com o rio
que limpa e purifica o homem da sujeira e da impureza, dizendo:
“Feliz dentre vós aquele que possui na entrada de sua casa uma
‘Hammat’25 onde ele pode se lavar por cinco vezes diariamente,
não deixando sobre si um resto de sujeira sequer!”.
Os presentes então, indagaram: “Sim? E qual é o significado?”.
E ele (S.A.A.S.) lhes respondeu: “Significa as cinco orações do dia”.
O Islam valoriza a oração à medida do que deixou em termos de rastros
benéficos e complementares na consciência e no comportamento do homem.
Conta-se que o Imam Assadeq26 (A.S.) disse certa vez:
“Aquele que a sua oração não o preserva da obscenidade e do ilícito,
não adicionará nada mais do que o afastamento de Deus “.
O Jejum - Assaum27
O jejum, é uma das obrigações que Deus Glorificado determinou sobre
o Balegh, conforme a Sua revelação no Alcorão Sagrado:
25
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27
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“Hammat” é uma fonte de água quente e térmica, própria para trata
mento médico.
“Assadeq” é o 6º Imám da linhagem do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.),
chamado Jaafar ibn Mohammad, nasceu no ano 83 da Hijra (703 d.C.) e
morreu no ano 148 da Hijra (768 d.C.) - Veja o livro “O Mensageiro do
Islam e os Ahul Bait” de autoria do Sheikh Taleb Hussein Al-Khazraji.
Para mais informações, consultar o livro “O Jejum no Islam” de autoria do
Sheikh Taleb Hussein al-Khazraji.
Fundação Al-Balagh
“Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a
vossos antepassados, para que temais a Deus”. (C.2 - V. 183)
E também:
“O mês de Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão,
orientação para a humanidade e vidência de orientação e Discernimento.
Por conseguinte, quem de vós presenciar o novilúnio deste mês deverá
jejuar; porém, quem se achar enfermo ou em viagem jejuará, depois,
o mesmo número de dias. Deus vos deseja a comodidade e não a
dificuldade, mas cumpri o número (de dias), e glorificai a Deus
por ter-vos orientado, a fim de que (Lhe) agradeçais”. (C.2 – V. 185)
O jejum é privar-se de comer, beber e outros atos adicionais, durante
um mês completo, uma vez por ano, desde a madrugada até o crepúsculo,
com a intenção de se aproximar de Deus Supremo.
O jejum tem um importantíssimo papel na educação e no auto controle, no
comportamento e na força de vontade, para a preservação da saúde moral e física,
afastando-se assim, do mal, da luxúria e da concupiscência, natos no ser humano,
e em contraste, cultivar o bem e a caridade, ao sentir a dor da fome, a fim de usar
de empatia para com aqueles que a sentem por causa da pobreza e por falta de
recursos, bem como, para sentir a igualdade com os outros jejuadores que com
partilham no jejum coletivo no mês abençoado de Ramadan28.
28
Ramadan é o 9° mês do calendário Hejríta e é o único mês mencionado no Alcorão
Sagrado, por uma série de fatores, principalmente por ter sido neste mês que des
ceu a primeira Revelação (Al-Qahí) sobre o Profeta Mohammad (S.A.A.S.).
O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) dava uma atenção e importância
particular a este grandioso mês, inclusive uma preservação e precaução
especiais, e conta-se que ele dizia:
“Quando chegar o mês de Ramadan, deve-se libertar todo cativo e
praticar a caridade para com aquele que pede ajuda”.
E ele (S.A.A.S.) falava:
“Aquele que praticou a caridade e o bem para com seu semelhante neste
mês, tem as devidas boas recompensas na vereda no Dia do Juízo Final”.
A Fatimah Azzahra29 (A.S.), filha do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) disse:
“De que serve o jejum ao jejuador, se ele não se precaver contra a
sua língua, o seu ouvido e sua visão com todas as suas forças?”
A Peregrinação – Al-Hajj
A peregrinação, é conforme Deus Supremo revelou:
“…A peregrinação à Casa é um dever para com Deus,
por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de
empreendê-la; entretanto, quem se negar a isso saiba que Deus
pode prescindir de toda a humanidade”. (C. 3 – V. 97)
29
Para mais informações, consultar o livro “O Mensageiro do Islam e os
Ahlul Bait” de autoria do Sheikh Taleb Hussein al-Khazraji.
A peregrinação é a expressão de um conjunto de rituais e concei
tos religiosos, e é um conjunto de aplicações e ditames organizados
para determinada época e local, a fim de incorporar o significado de
seu culto e prática educativa no que diz respeito à construção da per
sonalidade do Muçulmano, o qual passará a agir de acordo com a sua
disposição e estruturação na vida, bem como, quitar a sua importân
cia e destiná-la a Deus.
Portanto, esta prática religiosa é como as demais práticas
Islâmicas, ou seja, possui seu valor educativo, social e político, pois
ela é um Congresso Mundial Islâmico, onde se reúnem os Muçulma
nos para a adoração, a remissão, o arrependimento, a celebração de
Deus, a purificação da alma quanto aos pecados e desobediência, e
realização de novos relacionamentos e conselhos, através da troca
de opiniões e diálogos reflexíveis e ideológicos, e unificação do sis
tema político para a nação Islâmica.
O Alcorão Sagrado esclarece o que há de benefícios e alvos hu
manos na prática da peregrinação, inclusive dos objetivos
ritualísticos, quando a ordem de Deus Glorificado foi dada a Abraão
(A.S.) fundador da Ca‘aba:
“E proclama a peregrinação às pessoas; elas virão a ti a pé,
e montando toda espécie de camelos, de todo longínquo lugar (27)
para testemunhar os seus benefícios e invocar o nome de Deus,
nos dias mencionados, sobre o gado com que Ele os agraciou
(para o sacrifício). Comei, pois, dele, e alimentai o
indigente e o pobre (28)”. (C. 22).
Assim sendo, todos os rituais Islâmicos dão importância para o lado
social e oferecem resultados educativos e aplicáveis em prol do benefício
individual e do grupo, inclusive, para a realização dos cultos e devoções,
que são do direito de Deus, impostos sobre o homem.
O Donativo - Azzacát
O Tributo - Al-Khoms
O donativo é também imposto por Deus conforme Sua revelação:
“E observai a oração, pagai o zakat e obedecei ao Mensageiro,
para que tenha misericórdia de vós”. (C. 24 – V. 56).
E Deus também revelou a respeito do donativo:
“Recebe, de seus bens, uma caridade que os purifique e
os santifique, e roga por eles, porque tua prece será seu consolo;
em verdade, Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo”. (C. 9 – V. 103).
Assim sendo, nos rituais Islâmicos tem-se o “Azzacát”, isto é, o
donativo, e este donativo é uma espécie de devoção em favor dos po
bres e em benefício geral, a fim de diligenciar o problema da pobreza
e diferenças sociais e econômicas, e dispor de melhorias e interesses,
pois “Azzacát” tem influência sobre a questão psicológica, seja indi
vidual ou socialmente, porque ela afasta a inveja e a aversão entre os
ricos e os pobres, e apaga as divergências naturais, confirmando a igual
dade social entre os homens, particularmente o efeito educativo que
acontece no íntimo da pessoa que pratica o donativo “Azzacát”, pois
isto combate a voracidade, o egoísmo e o amor excessivo ao dinheiro,
e incentiva a humildade e a devoção. Por isso, o Islam considera este
donativo-tributo como uma purificação da alma e depuração da cons
ciência, e principalmente, correção da moral, chamando-o de
“Azzacát”, ou seja, Purificação e Crescimento.
O tributo, foi mencionado nas revelações de Deus Supremo:
“E sabei que, de tudo quanto adquirirdes de despojos30,
a quinta parte pertencerá a Deus, ao Mensageiro e seus parentes…”
(C. 8 – V. 41)
E dos tributos financeiros que o Islam impõe sobre os Muçulmanos, há
o tributo chamado “Al-Khoms”, ou seja, o Islam determina uma taxa inde
pendente do “Azzacát”, no valor de 20% do seguinte:
- Dos espólios de guerra;
- Do lucro anual;
- Dos metais (ouro, prata e pedras preciosas);
- Daquilo que se adquire dos mergulhos (Pérolas, esponjas, etc…);
- Do preço do terreno que o “protegido” compra de um Muçulma
no (o protegido paga a 5ª parte do valor do terreno); - Do dinheiro de uma fonte lícita que se misturou com o da fonte
ilícita e não há como defini-lo e saber o seu valor, então retira-se
do total a 5ª parte e distribui de acordo com o deferimento de
uma autoridade legal; - De tesouros encontrados.
Enfim, o Islam determina o tributo financeiro equivalente a 20% do
mencionado acima, e que, as autoridades legais se comprometem em
distribuí-lo para a melhoria das condições gerais e evolução da socieda
de, tomando as medidas econômicas necessárias, incluindo o “Azzacát”
e outros tributos e taxas.
30
São os espólios que os Muçulmanos tomavam do inimigo de guerra.
Cultos Voluntários
Tal como a súplica, a remissão, a celebração e glorificação de Deus, a
leitura do Alcorão Sagrado ou a promessa a Deus, cujo Prestígio é
Magnificente. Todas elas são devoções que ligam o homem ao seu Criador
e fazem crescer em seu íntimo a adoração de Deus somente, livrando-o da
servidão pelas práticas concupiscentes e dos objetivos dos tiranos, e fazen
do com que alimente o seu espírito com o bom comportamento e a bonda
de, e aproximando-o da perfeição humana, e com isso, ele passa a apagar
de sua índole o rancor, o egoísmo, a sedução, o orgulho e o mau caráter,
pois isto é o que mais convém ao espírito humano, para que ele possa se
aproximar cada vez mais de seu Criador.
O Encorajar do Bem e
a Advertência Contra o Mal
Deus Supremo revelou:
“E que surja de vós uma nação que recomende o bem,
dite a retidão e proíba o ilícito. Esta será (uma nação)
bem-aventurada”. (C. 3 – V. 104)
A invocação para o bem e melhoria da sociedade é uma grandiosa res
ponsabilidade social, confirmada pelo Islam, o qual encarrega seus segui
dores de depurarem o círculo Islâmico contra a corrupção e a adulteração,
divulgando o bem e a virtude, e convocando as pessoas para a fé e a crença
no Islam e sua prática.
E encorajar ao bem e advertir contra o que é mal e detestável, são duas
das mais nobres obrigações no Islam, as quais representam um papel im
portantíssimo na sociedade Islâmica, e expressam o desenvolvimento espi
ritual da responsabilidade, o interesse pelos assuntos e problemas dos ou
tros e o desejo sincero do bem estar deles (usar de indulgência). E final
mente, a saída do redemoinho do egoísmo.
Por isso, o Imam Jaafar Assadeq (A.S.) disse:
58
“Aquele que não se importa com os assuntos dos Muçulmanos
não é Muçulmano”.
O cumprimento individual das obrigações alusivas à ordenar o bem e
proibir o mal, é para a restauração e melhoria da vida social, porém, se
houver dificuldade ou incapacidade para tal, por causa do individualismo
disperso, deverão então se agrupar e formar um grupo cooperativo e firme,
a fim de poderem contar com os meios e modos mais modernos para a
convocação e recuperação social.
A Militância - Al-Jihad
A Militância, é o combate na Guerra Santa, e Deus Supremo revelou
no Alcorão Sagrado:
“Quer estejais leve ou fortemente (armados), marchai
(para o combate) e sacrificai vossos bens e pessoas pela causa de Deus!
Isso será preferível para vós, se quereis saber”. (C. 9 – V. 41)
“Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e
uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente…”
(C.16 – V.125)
O Islam é a mensagem do raciocínio, do conhecimento e da lógica, e conta
com o diálogo e a operação intelectual e existencial a fim de levar seus pensa
Fundação Al-Balagh
Da orientação do Islam XI - O que é o Islam
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mentos e ideologias às pessoas. Aliás, o Alcorão Sagrado inteiro é testemunha
disso. No entanto, quando os tiranos procedem com arbitrariedade, e os opor
tunistas se apoderam do poder, e os inimigos se colocam contra os mais fracos,
interpondo-se entre o homem e a razão, o Islam não terá outra alternativa senão
se defender para destruir as muralhas da injustiça, da prostituição, da corrupção
e da inimizade, em defesa dos mais fracos e oprimidos no mundo.
O Alcorão Sagrado esclarece uma verdade, conforme a revelação de Deus:
“Enviamos os Nossos mensageiros com as evidências: e enviamos,
com eles, o Livro e a balança, para que os humanos observem a
justiça; e criamos o ferro, que encerra grande poder (para a guerra),
além de outros benefícios para os humanos, para que Deus Se
certifique de quem O secunda intimamente, a Ele e aos Seus
mensageiros; Sabei que Deus é Poderoso, Fortíssimo”. (C 57 – V. 25)
Logo, o Alcorão assegura de que os Profetas falavam aos povos por meio
da Mensagem Divina, dos princípios morais e dos procedimentos corretos,
convocando-os à prudência pela boa pregação, porém, quando estes povos
recusavam tudo isso, eles só tinham diante de si o uso da defesa, ou seja, o
uso das armas, a fim de combaterem as forças do mal, do crime e da perdição.
A vida do Mensageiro Mohammad (S.A.A.S.) confirma tudo isso, du
rante treze longos anos em Meca, ele convocava as pessoas à prudência e à
sabedoria através da boa pregação, a nobreza mequense passou a perseguir,
torturar e matar os que o apoiavam, e aqueles que conseguiam escapar, viam
se obrigados a sair de seus lares, depois de terem sido prejudicados e humi
lhados, e o Profeta (S.A.A.S.) inicialmente suportou calado e pacientemente
sem usar de violência, mesmo depois de ter emigrado para Yathreb (Medina),
porém, ao ver que nada demovia as autoridades de Meca, os donos dos cen
tros comerciais, os influentes e os oportunistas, os quais continuavam perse
guindo e oprimindo os Muçulmanos. E, diante disso, ele se viu obrigado a
usar a força, pois Deus Supremo ordenou-lhe através de um Versículo a ir à
luta, permitindo-lhe o Jihad a fim de combater os inimigos do bem e da fé:
Fundação Al-Balagh
“Ele permitiu (o combate) aos que foram atacados;
em verdade, Deus é Poderoso para socorrê-los”. (C. 22 – V.39)
“São aqueles que foram expulsos injustamente dos seus lares,
só porque disseram: Nosso Senhor é Deus!… ” (C. 22 – V.40)
O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) recomendou ao Imam Ali ibn abi
Táleb (A.S.), quando o enviou ao Iêmen31:
“Ó Ali, não combata ninguém antes de convocá-lo ao bem,
e caso Deus ilumine um só homem, isso é vale mais
do que o nascer e o pôr do Sol!…”
31
O Iêmen é um país a Sudoeste da Península da Arábia, ao longo do
mar Vermelho, e que fez parte até o século III a.C., do Reino de Sabá.